Proposta
Pedagógica:
- É a representação da identidade de cada escola, é o documento oficial em que estão registrados todos os procedimentos, recursos e metas da escola.
Orienta todas as ações da escola.
É a base para a realização dos ajustes necessários.
É o registro do planejamento coletivo e de um amplo processo de negociação com todos os atores da escola (gestores, professores, pais, alunos e funcionários)
Deve ser modificado, todos os anos, mediante a avaliação das ações realizadas no ano anterior e a projeção para o ano que se inicia.
É um texto aberto, para atender a realidade da escola.
Envolve sempre um movimento contrario de planejamento – ação – avaliação – planejamento......
- É a representação da identidade de cada escola, é o documento oficial em que estão registrados todos os procedimentos, recursos e metas da escola.
Orienta todas as ações da escola.
É a base para a realização dos ajustes necessários.
É o registro do planejamento coletivo e de um amplo processo de negociação com todos os atores da escola (gestores, professores, pais, alunos e funcionários)
Deve ser modificado, todos os anos, mediante a avaliação das ações realizadas no ano anterior e a projeção para o ano que se inicia.
É um texto aberto, para atender a realidade da escola.
Envolve sempre um movimento contrario de planejamento – ação – avaliação – planejamento......
PASSOS PARA A CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
1 – Para construir a
Proposta Pedagógica é preciso que equipe gestora, professores, funcionários,
alunos e pais saibam o que ela significa.
2 – A Proposta
Pedagógica é a intenção de a escola e seus profissionais realizarem um trabalho
de qualidade. Ela será o resultado de reflexões e questionamentos de seus
profissionais sobre o que é a escola hoje e o que poderá a vir a ser. Visa,
pois, a inovar a prática pedagógica da escola e elevar a qualidade do ensino.
3 – A Proposta
Pedagógica não começa de uma só vez, e não nasce pronta. Não é obra exclusiva
do diretor, ou do professor coordenador, mas sim de um grupo que engloba, no
início, equipe gestora e corpo docente. Com o tempo, incluirá todo o coletivo
escolar.
4 – Durante a construção
da Proposta Pedagógica, os educadores explicitam seus propósitos, apontam metas
e objetivos comuns, vislumbrando caminhos para melhorar a atuação da escola. A
Proposta Pedagógica confere identidade à escola como uma instituição que tem
personalidade própria, por refletir o pensamento do seu coletivo.
5 – Na construção da
Proposta Pedagógica, a escola deve levar em consideração as práticas e
necessidades da comunidade escolar, as diretrizes nacionais, e as normas,
regulamentos e orientações curriculares e metodológicas do seu sistema. No
nosso caso, esse sistema é o estadual.
6 – A Proposta
Pedagógica é, ao mesmo tempo, um dever e um direito da escola. Deve ser um
instrumento democrático, abrangente e duradouro.
7 – Os princípios, nos
quais se baseia a Proposta Pedagógica, são: garantia de acesso e permanência,
com sucesso, do aluno na escola; gestão democrática; valorização dos
profissionais da educação; qualidade do ensino; organização e integração
curricular; integração escola/família/comunidade e autonomia. Esses princípios
estão todos interligados: alunos de escolas que contam com a participação dos
pais apresentam melhor rendimento e menor taxa de evasão. Escolas que se
articulam com a comunidade geralmente oferecem uma educação de melhor qualidade
aos seus alunos. A integração escola/comunidade, por sua vez, será sempre
decorrência de uma gestão democrática, ou seja, a abertura e o incentivo,
proporcionados pela direção, para a participação dos vários segmentos da
comunidade na vida escolar. Na medida em que a escola se democratiza, coloca em
discussão com a sua comunidade o que vem realizando. Disso resulta certa
autonomia, principalmente para as ações pedagógicas. Todavia, autonomia não é
sinônimo de soberania, uma vez que a unidade escolar pertence, e se vincula, a
um determinado sistema.
8 – Há três fases bem
definidas na construção da Proposta Pedagógica:
1ª fase – diagnóstico – Como é nossa escola? Nessa fase,
levantam-se informações sobre o trabalho que a escola vem realizando, ou seja,
a sua prática pedagógica. A comunidade escolar analisa e debate esses dados,
sugerindo medidas para as eventuais alterações.
O que fazer? Nesta fase,
a escola coletará dados sobre sua realidade, e irá analisá-los, do ponto de
vista qualitativo e quantitativo: tanto os que significam dificuldades, quanto
os que representam sucesso.
Como fazer? A partir do
trabalho que a escola vem realizando, seus membros farão uma série de
questionamentos, entre os quais: Como é o contexto sócio-político-economico da
escola?; Qual tem sido a função da nossa escola?; Com tem sido a participação
dos pais na vida da escola?; Que resultados a nossa escola está apresentando
para a sociedade?; Como nossa escola tem considerado os alunos, na relação
ensino aprendizagem?
Na fase do diagnóstico,
a escola identificará os recursos humanos e financeiros disponíveis. É preciso
saber como a escola funciona como o processo pedagógico é acompanhado e
avaliado. Na medida em vamos coletando informações, para conhecermos nossos
problemas, vamos também encontrando soluções para eles.
O diagnóstico da escola
será feito, considerando-se as suas dimensões.
As estratégias para esse
diagnóstico irão variar, de acordo com a realidade de cada escola. Sugere-se:
análise da evolução das matrículas; índices de aprovação, reprovação e evasão;
situação socioeconômica das famílias; análise e interpretação de avaliações
externas; análise de estudos sobre a situação da educação básica; ciclos de
debates com a comunidade, destacando-se a realidade da escola.
2ª fase – Que identidade
a escola quer construir? – Não
basta apenas a escola realizar seu diagnóstico. Após avaliar-se, ela precisa
buscar uma fundamentação que oriente a ação conjunta dos seus segmentos. A
prática precisa estar sustentada em uma teoria.
O que fazer? Nessa fase,
será fundamental levantar as concepções que o coletivo tem do trabalho
pedagógico, visando propor inovações no cotidiano escolar. É preciso conhecer o
que cada segmento pensa a respeito da educação, a fim de estabelecer uma linha
de ação que o coletivo considere prioritária para o trabalho escolar.
Como fazer? Fazer sempre
através de questionamentos de todos a respeito de suas concepções: Que tipo de
sociedade nossa escola quer? Que cidadão nossa escola deseja formar? O que
entendemos por educação? Que escola pretendemos construir? Como concebemos a
gestão da escolar? Qual nossa compreensão de currículo? Qual será a missão da
nossa escola? Qual é a visão da nossa escola sobre avaliação? Como nossa escola
encara a questão metodológica? Que tipo de relação nossa escola quer manter com
a comunidade local? Que tipo de profissional temos qual queremos? De que
profissionais precisamos?
Das respostas a essas
questões resultará um posicionamento político-pedagógico, o que levará a uma
definição das concepções e ações a serem compartilhadas pelos seus autores.
Portanto, a identidade, a “ cara” da escola, resultará dessas concepções, o
que, de alguma forma, unificará o trabalho coletivo.
3ª fase – Como executar
as ações definidas pelo coletivo? – Uma
vez estabelecidas as concepções do coletivo, é preciso definir: as prioridades
da escola; as ações que a escola irá desenvolver; as pessoas que irão
realizá-las. É nessa fase que a escola irá definir a maneira pela qual superará
os desafios do seu cotidiano, discutindo e aproveitando as propostas
apresentadas pelos participantes. É necessário identificar os segmentos que vão
realizar as ações que representam o desejo do coletivo.
Muitas ações, de cunho
pedagógico, serão realizadas, evidentemente, pela direção, coordenação e corpo
docente.
Outra questão importante
nesta fase é saber se as soluções apontadas são criativas, realistas, e se
serão capazes de superar as dificuldades identificadas pelo coletivo.
A necessidade de
avaliação permanente. A constante
avaliação da Proposta Pedagógica é a garantia do seu sucesso. É essa avaliação
que vai identificar os rumos que a escola vem tomando. Considerando as diversas
funções da avaliação, seria interessante responder às seguintes indagações: Em
que medida os desafios foram atendidos, na Proposta Pedagógica? Quais os novos
desafios que estão surgindo no percurso? As ações propostas foram
desenvolvidas? Quais são os seus efeitos?
Também será importante
definir formar claras de acompanhamento e avaliação das ações, assim como os
segmentos que ficarão responsáveis por elas. O acompanhamento da Proposta
Pedagógica deverá ter por base os dados obtidos, possibilitando à escola a
análise dos resultados de seus esforços, fazendo com que eventuais problemas
possam ser resolvidos, enquanto ainda é tempo de resolvê-los.
Assim, as três perguntas
que guiaram toda a discussão: Como é a nossa escola? Que identidade nossa
escola quer construir? Como executar as ações definidas pelo coletivo?- são
orientadoras da Proposta Pedagógica e dever ser objeto do processo de avaliação.
9 – Articulações da
Proposta Pedagógica com a prática pedagógica – Para que isso seja possível, a escola
necessita de um Planejamento, onde organizará seu trabalho e sua prática
pedagógica, de modo que as ações implementadas se articulem, promovendo uma
educação de qualidade, conforme o proposto, pelo coletivo, na Proposta
Pedagógica.
A prática pedagógica
remete-nos à elaboração do currículo, ao conhecimento selecionado e organizado
socialmente, peças fundamentais no processo de aprendizagem. Por isso, é
preciso responder às seguintes perguntas: Para quem são selecionados os
conteúdos?; A quem interessam os conteúdos selecionados?; Por que alguns
conteúdos são selecionados, e outros, não? Quem seleciona esses conteúdos?
10 – Revendo o cotidiano
escolar – Ao tempo em que não se
falava da construção da Proposta Pedagógica, o Planejamento caracterizava-se
por uma atividade quase burocrática: a elaboração dos programas que cada
professor iria desenvolver ao longo do ano.
A partir do momento em
que as escolas voltaram-se para a construção da Proposta Pedagógica, o
Planejamento passou a incluir uma profunda reflexão na montagem dos conteúdos
programáticos. Assim, é preciso termos clareza de que a relação entre Proposta
Pedagógica e o Planejamento é bem próxima, embora tenham eles significados
distintos:
- A Proposta Pedagógica
busca a construção da identidade da escola; estabelece seu direcionamento;
almeja o comprometimento da comunidade escolar com uma visão comum e
compartilhada da educação. É portanto, a norteadora de todas as práticas da
escola;
- O Planejamento é o
processo de uma ação organizada que pretende transformar a escola. Ele tem
diferentes abordagens em diferentes partes do país. No sistema escolar público
do Estado de São Paulo, recebe a denominação de
11 – A função social da
escola pública – Para que a
gestão do trabalho na escola pública ocorra de forma organizada, é necessário
ter-se clareza da sua função social, da sua missão, dos objetivos estratégicos
que precisam ser desenvolvidos a fim de que os planos de ação assegurem o
sucesso da escola,
12 – O envolvimento de
todos – A construção e a
implementação dos planos de ação devem ser compartilhadas por todos os
segmentos da escola. Nem todos farão tudo, mas é importante que todos tenham
acesso às informações sobre o Plano de Gestão e o acompanhamento das ações,
evitando-se que alguns pensem e outros façam, sem saber por que o fazem.
13 – Características
organizacionais que favorecem o sucesso da escola – Autonomia - garante espaços de participação e
decisão da comunidade; Gestão democrática – promove estratégias de ação
compartilhada e estimula o compromisso individual e coletivo na realização de
projetos;Articulação curricular – coordena adequadamente os planos de ensino e
as estratégias de ensino e aprendizagem; Otimização – evita possíveis
desarticulações curriculares e pedagógicas; Capacitação profissional – promove
novas competências por meio de formação em serviço articulada a Proposta
Pedagógica; Participação dos pais – fortalece o comprometimento destes em
decisões que lhes dizem respeito; Reconhecimento público da escola – fortalece
a identidade da escola diante da comunidade interna e externa e Apoio das
autoridades – permite uma integração da escola com seu contexto fortalecendo a
autonomia.
14 – Relações da
Proposta Pedagógica com o Regimento Escolar - As
escolas trabalham com grupos heterogêneos. Muitas vezes, a convivência
entre os participantes fica comprometida, em decorrência de uma série de
mal-entendidos. Por isso, é necessário que as normas sejam muito bem definidas,
pelo coletivo. A materialização dessas normas será o Regimento Escolar, cujas
diretrizes encontram-se na Proposta Pedagógica.
O cotidiano escolar
apresenta, às vezes, situações conflitantes, que se repetem, e que demandam
decisões rápidas. O Regimento Escolar é o instrumento que permite à equipe
gestora tomar essas decisões, com base nos princípios e normas estabelecidas
pelo grupo. Para que o Regimento favoreça essas ações, é necessário, que, na
elaboração da Proposta Pedagógica, os problemas do cotidiano sejam abordados.
Por exemplo, na questão das normas de convivência, o regimento estabelece os
direitos e deveres de todos os segmentos. No entanto, na maioria das vezes, as
penalidades são aplicadas apenas aos alunos. O aluno que chega atrasado é
punido, o que nem sempre acontece com um professor na mesma situação.
CONCLUSÃO:
A construção da Proposta Pedagógica é um processo que compreende
três momentos distintos e interligados:
- Diagnóstico da realidade da escola;
- Identidade da escola, decorrente do
levantamento das concepções do coletivo;
- Programação das ações a serem desenvolvidos
pelo coletivo.
Todos esses momentos
passam por um processo de avaliação, o que permite ao grupo caminhar do real
para o possível, desenvolvendo as ações necessárias e pertinentes.
A pergunta inicial, “
por que construir coletivamente a Proposta Pedagógica?”, sempre terá que ser
feita, para que as ações não se tornem um mero cumprimento de tarefas.
A AVALIAÇÃO
Teoricamente, a
avaliação é reconhecida como um meio de fornecer informações sobre o processo
ensino aprendizagem e que serve tanto para o professor conhecer os resultados
de seu trabalho, como para o aluno verificar seu desempenho. Nesse sentido, a
avaliação é parte do processo e deveria ser elemento norteador da análise
crítica ou até de modificações no trabalho desenvolvido.
Vários são os aspectos
que necessitam ser repensados:
1 – a utilização dos resultados da avaliação como um dos elementos
norteadores do trabalho docente:
A programação curricular
feita no inicio de cada ano letivo, não pode ser entendida como um processo
estático, tal como é considerada com freqüência. É um trabalho contínuo e
permanente que deve levar em conta entre outras, as características
sócio-economico-culturais dos alunos, seus interesses, suas habilidades,
situações não previstas e os resultados da avaliação.
Assim, por exemplo, se a
avaliação não fornece os resultados esperados, cabe aos professores
diagnosticar as causas de tal situação. Pode ser que o problema esteja no tipo
de conteúdo desenvolvido, na metodologia de ensino empregada, na própria forma
de avaliar ou em algum outro aspecto. De qualquer maneira, o importante é
buscar os fatores mais determinantes do insucesso e, a partir daí, rever o que
for necessário e dar uma nova oportunidade aos alunos.
No que se refere à
concepção pedagógica que norteia o Currículo, esse papel da avaliação é de
fundamental importância. Garante uma postura de permanente indagação do
professor perante suas propostas de ensino, transformando cada plano de aula
numa hipótese a ser testada em sala de aula, conferindo ao ensino um caráter de
pesquisa e dando suporte à perspectiva de flexibilidade da proposta perante a
realidade escolar.
2 – o uso de mais de uma forma de avaliação para a verificação do
desempenho do aluno:
O que tem ocorrido comumente é a verificação do aproveitamento do
aluno apenas por meio de procedimentos formais, isto é, aplicação de provas
escritas no final do mês ou do bimestre. Esse tipo de avaliação, isoladamente,
não tem condições de aferir todos os progressos que o aluno alcançou.
Assim, em uma prova
escrita não há possibilidade, por exemplo, de avaliar as mudanças de atitudes
dos estudantes, os avanços na sua capacidade de expressão oral ou na habilidade
de manipular os materiais de laboratório.
Ao avaliar, realmente, o
desempenho do aluno, convém considerar também os dados obtidos continuamente
pelo professor, a partir de observações feitas, que levem em conta os aspectos
citados e outros que traduzem seu aproveitamento.
A avaliação feita pelo
próprio aluno ( a auto avaliação) é uma modalidade de verificação de
aprendizagem, que bem orientada, pode ser muito construtiva, no sentido de
favorecer a análise critica sobre seu próprio desempenho. Essa prática tem a
vantagem de retirar a postura passiva que o aluno é obrigado a assumir, quando
da utilização das outras formas de avaliação.
3- A aplicação dos vários tipos de instrumentos para avaliar
a aprendizagem:
Os instrumentos variados devem ser aplicados de forma gradativa e
periódica, em função do desenvolvimento dos alunos, do curso e das informações
que o professor requer, para verificar o desempenho de cada aluno.
Cada tipo de instrumento
apresenta características especificas, que abrangem possibilidades e
limitações; portanto, convém usar diversas modalidades, conforme os objetivos
visados: questões de resposta livre, provas práticas e outras, de forma que a
avaliação seja bastante ampla e diversificada.
Em síntese, usar um tipo
apenas de instrumento é sempre temerário, pois cada um tem possibilidades e
limitações. A multiplicidade de instrumentos leva ao aperfeiçoamento do
processo, além de atender à diversidade de estudantes e de objetivos.
Portanto, qualquer que seja o tipo de instrumento escolhido,
convém considerar o estágio de desenvolvimento do aluno, o objetivo pretendido,
o tipo de conteúdo desenvolvido, o método e a estratégia utilizada. Todos esses
aspectos estão inter relacionados e não podem ser planejados e
desenvolvidos isoladamente.
4 – O desempenho do aluno deve estar refletido no conceito que foi
atribuído:
A avaliação do aluno não
deve estar em função da classe, mas deve obedecer o seu ritmo de aprendizagem,
em termos de desenvolvimento de atitudes e construção de conhecimentos.
Além disso, a avaliação
de aproveitamento não pode basear-se na média dos conceitos obtidos pelo aluno,
no decorrer de um período, mas deve incidir sobre a sua atuação e progresso nas
diferentes e sucessivas experiências de aprendizagem. Por exemplo, um aluno que
teve um desempenho comparativamente pior do que outro pode, contudo, ter-se
aplicado muito mais e, inclusive, obtido um rendimento até maior, se torrarmos
como referencia as respectivas situações iniciais.
Cabe observar que a atribuição de nota (número) ao aluno tem sido
a principal discussão dos professores. Eles têm insistido que a melhor forma de
expressar o desempenho é por meio da nota. Reconhece-se, entretanto, que essa
problemática não é fundamental. Atribuição da nota é apenas o momento final, é
a formalização de todo um processo. Se esse processo for inadequado, o valor
atribuído ao desempenho do aluno apenas reforçará ainda mais sua deficiência.
A RELEVÂNCIA DA
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
As
dificuldades para consecução de uma avaliação diagnóstica
O fato de haver sérios problemas de
avaliação do alunado, mormente nas escolas públicas, não é de surpreender.
Trata-se de tema relativamente complexo e, por isso, merecedor de capacitação
dos docentes para que se possa substituir a avaliação classificatória
predominante entre grande parte dos professores, pela avaliação diagnóstica.
O estudo e a reflexão sobre a avaliação
diagnóstica, levando em consideração a realidade que cerca os docentes,
estimulando-os a alterar, no que for possível, sua maneira de avaliar os
alunos.
É bom lembrar que aprova-los ou
reprova-los, hoje, com a progressão continuada, deixou de ter importância,
posto que, realizada ou não a avaliação classificatória, os alunos estarão
promovidos ao final do ano interior dos ciclos.
A eliminação das retenções deve ser um
desafio ao professor para que busque novos caminhos em seu trabalho, em sala de
aula, impedindo que se confunda progressão continuada com promoção automática.
O fato de muitos alunos serem promovidos, aleatoriamente, deveria ser objeto de
profunda reflexão para nós, educadores, interessados na aprendizagem de nossos
alunos.
Afinal, ao avaliar alunos, pretendemos
detectar problemas em sua aprendizagem e soluciona-los ou, simplesmente, testa-los
sobre o conhecimento que procuramos transmitir em nossas aulas, para
classifica-los como alunos com bom ou mau desempenho?
Essas duas questões distinguem a avaliação
diagnóstica da classificatória.
Para muitos professores, até por falta de
informação, discussão e reflexão nas HTPCs, sobre o assunto, “ avaliar”
significa aplicar provas para as quais são estabelecidas questões sobre um
determinado conteúdo, que os alunos deveriam ter assimilado(?), a fim de obter
um desempenho de acordo com parâmetros, consciente ou inconscientemente
rígidos, determinados pelos docentes. Ou, ainda, solicitar trabalhos e
pesquisas para melhorar a “ nota”, que, quase sempre, se resumem a cópias de
livros ou enciclopédias a ser entregues em data fixada, trabalhos sobre os
quais, às vezes, sequer se tecem comentários pertinentes.
Generalizadamente, entre os docentes,
pelas razões acima explicitadas, a prova constitui o alfa e ômega das
avaliações. As demais formas de avaliação constituiriam apenas algo ancilar e
aleatório. Aplicam-na, alguns professores, com base em conteúdos trabalhados ao
longo de um espaço de tempo, onde fica implícita a maneira pela qual os alunos
deveriam responder às questões propostas, quase sempre dez, para facilitar a
distribuição dos valores atribuídos a cada uma delas. Ao corrigi-las, é
colocado um X nas respostas em desacordo com as concepções que o professor faz
do conteúdo, um C nas que coincidem com seu ponto de vista e, se
condescendente, um “ C cortado” para as resposta ( as “ meio certas” ), que
contenham algo que se aproxime do questionamento efetuado.
Costumeiramente, as provas são devolvidas
aos alunos nesse estado e não se fala mais nisso.
Evidentemente, não estamos
desclassificando as “ provas” como um dos instrumentos de avaliação, mas
estamos questionando a maneira como elas são aplicadas.
Muitos professores não se dão conta de que
essa forma de avaliação quase sempre, caracteriza a simples devolução de
conteúdos cuja assimilação, ainda que conseguida por alguns privilegiados, não
resulta, no mais das vezes, em aprendizagem real para esses mesmos
privilegiados e, muito menos, para a maioria dos avaliados. Pois os conteúdos,
objeto das avaliações, tornam-se, às vezes, irrelevantes, na medida em que as
questões não foram preparadas com base em objetivos bem definidos, ou
formulados para a aplicação em situações novas, a partir de conhecimentos
teoricamente assimilados(?) pelos alunos.
Justamente por relacionar os alunos com
base no bom ou mau aproveitamento, é que essas “ provas” recebem o nome de
classificatórias. Classificatórias porque avaliam os alunos de acordo com seu
desempenho, num determinado momento, em comparação com os resultados do
conjunto da classe, sem que o aluno tenha a oportunidade de expor seus pontos
de vista sobra suas respostas, sobre as hipóteses que teriam levantado para a
solução das questões propostas e a possibilidade de aprender a partir de erros
passiveis de serem revistos, se tais questões fossem discutidas com a classe.
Assim, no momento em que o professor
elaborar provas cujas questões forem formuladas a partir de objetivos
definidos, aplicando-as em situações novas e, após a correção, forem elas
discutidas com os alunos para solucionar seus problemas de aprendizagem, a
prova classificatória transforma-se numa avaliação diagnóstica.
Ora, toda e qualquer forma de avaliação,
sejam provas, trabalhos em grupo, pesquisa, participação do aluno nas
atividades rotineiras de sala de aula, deverá, sempre, constituir-se em
novo momento de descoberta e possibilidade de novas aprendizagens, ou seja,
algo dinâmico e não estático.
Os professores
podem criar mecanismos que permitam:
Adequar o número de
alunos que regem com avaliações diagnósticas, ou seja, aquelas em que o
professor observa e registra, em muitas ocasiões, os progressos dos alunos no
cotidiano da sala de aula; Leva-los a discutir com os alunos problemas de
aprendizagem, detectados na avaliação de provas elaboradas a partir de
objetivos bem definidos e aplicadas em situações novas, ainda que de forma
simples; Valorizar as realizações dos alunos, das mais simples às mais
complexas ( elevando a auto estima daqueles que apresentam maiores
dificuldades), que constituam um novo momento de aprendizagem.
Assim, agindo, estarão
os professores dando um passo gigantesco na eliminação da avaliação
classificatória e elevando, sobremaneira, a qualidade de ensino em suas aulas.
Alguns professores
poderão dizer que: “ o mundo lá fora promove a classificação, por exemplo, o
vestibular”. Alertamos para a reflexão de que a escola tem uma função de
promover a formação de crianças e jovens e não classifica-los ou
excluí-los.
Atenção, também, para
jamais confundir avaliação diagnóstica com libertinismo avaliatório no qual o
“professor bonzinho” distribui valores positivos em grande quantidade para,
muitas vezes, livrar-se de aborrecidas correções de provas e trabalhos.
Mais danoso que uma
avaliação classificatória é a avaliação aleatória, ou seja, nenhuma avaliação.
I- Elaborando o Projeto Pedagógico
2. Dezesseis Passos para a Construção
do Projeto Pedagógico
Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto
1 - Para construir o Projeto
Pedagógico é preciso que direção, professores, funcionários, alunos e pais
saibam o que ele significa. Para as escolas que ainda têm dúvidas na elaboração
do seu Projeto Pedagógico, ressaltamos que a leitura e discussão desse artigo
pelos professores, no primeiro dia de planejamento, contribuirão para a
compreensão do tema.
2 - O Projeto Pedagógico é a intenção
de a escola e seus profissionais realizarem um trabalho de qualidade. Ele será
o resultado de reflexões e questionamentos de seus profissionais sobre o que é
a escola hoje e o que poderá a vir a ser.Visa, pois, a inovar a prática
pedagógica da escola e elevar a qualidade do ensino.
3 - O Projeto Pedagógico não começa
de uma só vez, e não nasce pronto. Não é obra exclusiva do diretor, ou do
professor coordenador, mas sim de um grupo que engloba, no início, coordenação,
direção e corpo docente. Com o tempo, incluirá todo o coletivo escolar.
4 - Durante a construção do Projeto
Pedagógico, os educadores explicitam seus propósitos, apontam metas e objetivos
comuns, vislumbrando caminhos para melhorar a atuação da escola. O Projeto
Pedagógico confere identidade à escola como uma instituição que tem
personalidade própria, por refletir o pensamento do seu coletivo.
5 - Na construção do Projeto
Pedagógico, a escola deve levar em consideração as práticas e necessidades da
comunidade escolar, as diretrizes nacionais, e as normas, regulamentos e
orientações curriculares e metodológicas do seu sistema. No nosso caso, esse
sistema é o estadual.
6 - O Projeto Pedagógico é, ao mesmo
tempo, um dever e um direito da escola. Deve ser um instrumento democrático,
abrangente e duradouro.
7 - Os princípios, nos quais se
baseia o Projeto Pedagógico, são: garantia do acesso e permanência, com
sucesso, do aluno na escola; gestão democrática; valorização dos profissionais
da educação; qualidade do ensino;organização e integração curricular;
integração escola/família/comunidade; autonomia.
Esses princípios estão todos
interligados: alunos de escolas que contam com a participação dos pais
apresentam melhor rendimento e menor taxa de evasão. Escolas que se articulam
com a comunidade geralmente oferecem uma educação de melhor qualidade aos seus
alunos. A integração escola/comunidade, por sua vez, será sempre decorrência de
uma gestão democrática, ou seja, a abertura e o incentivo, proporcionados pela
direção, para a participação dos vários segmentos da comunidade na vida
escolar. Na medida em que a escola se democratiza, coloca em discussão com a
sua comunidade o que vem realizando. Disso resulta certa autonomia,
principalmente para as ações pedagógicas. Todavia, autonomia não é sinônimo de
soberania, uma vez que a unidade escolar pertence, e se vincula, a um
determinado sistema.
8 - Há três fases bem definidas na
construção do Projeto Pedagógico:
1ª fase - Diagnóstico:
Como é a nossa escola?
Nessa fase, vamos levantar
informações sobre o trabalho que a escola vem realizando, ou seja, a sua
prática pedagógica. A comunidade escolar vai analisar e debater esses dados,
sugerindo medidas para as eventuais alterações.
O que fazer?
Nesta fase, a escola coletará dados
sobre sua realidade, e irá analisá-los, do ponto de vista qualitativo e quantitativo:
tanto os que significam dificuldades, quanto os que representam sucesso.
Como fazer?
A partir do trabalho que a escola vem
realizando, seus membros farão uma série de questionamentos, entre os quais:
- Como é o contexto
sócio-político-econômico da escola?
- Qual tem sido a função da nossa
escola?
- Como tem sido a participação dos
pais na vida da escola?
- Que resultados a nossa escola está
apresentando para a sociedade?
- Como nossa escola tem considerado
os alunos, na relação ensino-aprendizagem?
Na fase do diagnóstico, a escola
identificará os recursos humanos e financeiros disponíveis. É preciso saber
como a escola funciona, como o processo pedagógico é acompanhado e avaliado. Muitas
vezes, a escola está fragilizada por culpa de uma gestão inadequada; outras
vezes, por falta de recursos; outras, ainda, por falta ou despreparo de seus
profissionais. Na medida em que vamos coletando informações, para conhecermos
nossos problemas, vamos também encontrando soluções para eles.
Ao se conhecer as pessoas e o
funcionamento da escola, começa-se a observar que há em cada segmento da
comunidade escolar (professores, funcionários, alunos, pais) o desejo de mudar
alguma coisa, visando melhorar o desempenho da escola. Os serventes gostariam
que ela fosse mais limpa; os funcionários da secretaria, que a documentação
estivesse em melhor ordem; os professores, que houvesse mais disciplina e
melhor organização, facilitando seu trabalho em sala de aula. Como todos
desejam alguma coisa, falta apenas articular esses desejos, com o fim de
construir-se uma proposta capaz de mudar os rumos da escola.
O diagnóstico da escola será feito,
considerando-se os seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e
jurídicos.
No aspecto pedagógico, deverão ser
analisados: proposta pedagógica (objetivos e conteúdos, metodologias de ensino
e processos de avaliação); faixas etárias, posição social, necessidades e
valores dos alunos; dados sobre repetência e evasão; relação idade/série;
estratégias para recuperação dos alunos com menor ou baixo rendimento escolar;
valorização dos profissionais da educação.
No aspecto administrativo, recursos
materiais e humanos; composição das equipes; nível de organização da escola;
qualificação e atualização dos professores.
No aspecto financeiro, recursos
disponíveis; necessidades e carências; formas de aplicação das verbas, tendo-se
como prioridade o processo ensino-aprendizagem.
No aspecto jurídico, a relação que a
escola mantém com a sociedade e com as várias instâncias do seu sistema de
ensino; a sua autonomia, dentro dos princípios da legalidade, e com
responsabilidade.
As estratégias para esse diagnóstico
irão variar, de acordo com a realidade de cada escola. Sugere-se: análise da
evolução das matrículas; índices de aprovação, reprovação e evasão; situação socioeconômica
das famílias; análise e interpretação de avaliações externas- SARESP, SAEB,
ENEM-; análise de estudos sobre a situação da educação básica; ciclos de
debates com a comunidade, destacando-se a realidade de cada escola.
2ª Fase - Que identidade a escola
quer construir?
Não basta apenas a escola realizar
seu diagnóstico. Após avaliar-se, ela precisa buscar uma fundamentação que
oriente a ação conjunta dos seus segmentos. A prática precisa estar sustentada
em uma teoria.
O que fazer?
Nessa fase, será fundamental levantar
as concepções que o coletivo tem do trabalho pedagógico, visando propor
inovações no cotidiano escolar. É preciso conhecer o que cada segmento pensa a
respeito da educação, a fim de estabelecer uma linha de ação que o coletivo
considere prioritária para o trabalho escolar.
Como fazer?
Fazer sempre através do
questionamento de todos a respeito de suas concepções: Que tipo de sociedade
nossa escola quer? Que cidadão nossa escola deseja formar? O que entendemos por
educação? Que escola pretendemos construir? Como concebemos a gestão escolar?
Qual é a nossa compreensão de currículo? Qual será a missão da nossa escola?
Qual é a visão da nossa escola sobre avaliação? Como nossa escola encara a questão
metodológica? Que tipo de relação nossa escola quer manter com a comunidade
local? Que tipo de profissional temos e qual queremos? De que profissionais
precisamos?
Das respostas a essas questões
resultará um posicionamento político- pedagógico, o que levará a uma definição
das concepções e ações a serem compartilhadas pelos seus autores. Portanto, a
identidade, a "cara" da escola, resultará dessas concepções, o que,
de alguma forma, unificará o trabalho do coletivo.
3ª fase- Como executar as ações definidas
pelo coletivo?
Uma vez estabelecidas as concepções
do coletivo, é preciso definir:
- as prioridades da escola;
- as ações que a escola irá
desenvolver;
- as pessoas que irão realizá-las.
É nessa fase que a escola irá definir
a maneira pela qual superará os desafios do seu cotidiano, discutindo e
aproveitando as propostas apresentadas pelos participantes. É necessário
identificar os segmentos que vão realizar as ações que representam o desejo do
coletivo.
Muitas dessas ações, de cunho
pedagógico, serão realizadas, evidentemente, pela direção, coordenação e corpo
docente.
Outra questão importante nesta fase é
saber se as soluções apontadas são criativas, realistas, e se serão capazes de
superar as dificuldades identificadas pelo coletivo.
A necessidade de avaliação permanente
A constante avaliação do Projeto
Pedagógico é a garantia do seu sucesso.É essa avaliação que vai identificar os
rumos que a escola vem tomando. Considerando as diversas funções da avaliação,
seria interessante responder às seguintes indagações: Em que medida os desafios
foram atendidos, no Projeto Pedagógico? Quais os novos desafios que estão
surgindo no percurso? As ações propostas foram desenvolvidas? Quais são os seus
efeitos?
Também será importante definir formas
claras de acompanhamento e avaliação das ações, assim como os segmentos que
ficarão responsáveis por elas.
O acompanhamento do Projeto
Pedagógico deverá ter por base os dados obtidos, possibilitando à escola a
análise dos resultados de seus esforços, fazendo com que eventuais problemas
possam ser resolvidos, enquanto ainda é tempo de resolvê-los.
Assim, as três perguntas que guiaram
toda a discussão: Como é a nossa escola? Que identidade nossa escola quer
construir? Como executar as ações definidas pelo coletivo? - são orientadoras
do Projeto Pedagógico e devem ser objeto do processo de avaliação.
9 - Articulação do Projeto com a
prática pedagógica
Até o momento, os colegas observaram
que o coletivo mergulhou numa série de questionamentos, com vistas à mudança de
rumos na unidade escolar. Agora, esses questionamentos servirão de base para a
organização pedagógica da escola.
A escola pública necessita de uma
gestão que, partindo da construção do Projeto Pedagógico, crie condições para
que ela possa alcançar sua finalidade, concretizando sua função social:
promoção da cidadania, o desenvolvimento pleno e o sucesso dos alunos. Para que
isso seja possível, a escola necessita de um Planejamento, onde organizará seu
trabalho e sua prática pedagógica, de modo que as ações implementadas se
articulem, promovendo uma educação de qualidade, conforme o proposto, pelo
coletivo, no Projeto Pedagógico.
10- Revendo o cotidiano escolar
Ao tempo em que não se falava da
construção do Projeto Pedagógico, o Planejamento caracterizava-se por uma
atividade quase burocrática: a elaboração dos programas que cada professor iria
desenvolver ao longo do ano.
A partir do momento em que as escolas
voltaram-se para a construção do Projeto Pedagógico, o Planejamento passou a
incluir uma profunda reflexão na montagem dos conteúdos programáticos.
Assim, é preciso termos clareza de
que a relação entre o Projeto Pedagógico e o Planejamento é bem próxima, embora
tenham eles significados distintos:
- O Projeto Pedagógico busca a
construção da identidade da escola; estabelece seu direcionamento; almeja o
comprometimento da comunidade escolar com uma visão comum e compartilhada de
educação. É, portanto, o norteador de todas as práticas da escola;
- O Planejamento é o processo de uma
ação organizada que pretende transformar a escola. Ele tem diferentes
abordagens em diferentes partes do país. No sistema escolar público do Estado
de São Paulo, recebe a denominação de Plano de Gestão.
11- A função social da escola pública
Para que a gestão do trabalho na
escola pública ocorra de forma organizada, é necessário ter-se clareza da sua
função social, da sua missão, dos objetivos estratégicos que precisam ser
desenvolvidos a fim de que os planos de ação assegurem o sucesso da escola.
Algumas definições:
Missão
Define o que a escola é hoje, seu
propósito, e como se pretende atuar no seu dia-a-dia. Sintetiza a identidade da
escola, sua função social orientando a tomada de decisões e garantindo a
unidade e o comprometimento de todos na ação pedagógica. Assim, nossa escola
tem por MISSÃO: um ensino de qualidade, garantindo o acesso e permanência dos
alunos, formando cidadãos críticos e participantes, capazes de agir para
transformar a sociedade.
Objetivos Estratégicos
São situações que a escola pretende
atingir num certo prazo. Indicam áreas nas quais a escola concentrará suas
preocupações. Refletem as suas prioridades. Representam a escola que temos e
definem a escola que queremos construir: melhorando e fortalecendo o
relacionamento escola/comunidade; diminuindo o índice geral de reprovação e
evasão; promovendo a qualificação dos professores e funcionários; incentivando
a convivência democrática na escola.
A partir da MISSÃO e dos OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS, definidos pela comunidade escolar, é preciso elaborar o Plano de
Ação.
Plano de Ação
PLANO DE AÇÃO é o documento que
apresenta a forma de operacionalização e de implementação de todas as ações
planejadas. Deve conter, no mínimo, as METAS OU OBJETIVOS ESPECÍFICOS, a
justificativa, as ações ou estratégias de ações, os responsáveis pela
implementação das ações, o período em que elas vão acontecer e os recursos
materiais e humanos necessários para a execução dessas ações ou estratégias.
METAS ou OBJETIVOS - Justificativa
das Ações - Estratégias - Responsáveis - Período - Recursos
O que fazer?
Por que fazer?
Como fazer?
Quem vai fazer?
Quando?
Com que fazer?
O QUE SÃO METAS?
METAS explicitam os resultados que a
escola espera obter após a implementação das AÇÕES. Podem ser mensuradas; podem
ser vinculadas a um determinado período de tempo. Por exemplo, aumentar em 20%,
até o fim do ano, o índice de aprovação dos alunos da 5ª série.
Pode haver mais de uma META para
alcançar um OBJETIVO ESTRATÉGICO.
Exemplo: OBJETIVO ESTRATÉGICO=
fortalecer a participação dos pais na escola. META 1 - promover pelo menos duas
atividades esportivas com os pais das oitavas séries; META 2- desenvolver pelo
menos uma ação pedagógica com pais das primeiras séries do ensino fundamental.
12 - O envolvimento de todos
A construção e a implementação dos
planos de ação devem ser compartilhadas por todos os segmentos da escola. Nem
todos farão tudo, mas é importante que todos tenham acesso às informações sobre
o planejamento e o acompanhamento das ações, evitando-se que alguns pensem e
outros façam, sem saber por que o fazem.
13 - Características organizacionais
que favorecem o sucesso da escola
14- Relação do Projeto Pedagógico com
o Regimento Escolar
As escolas trabalham com grupos
heterogêneos. Muitas vezes, a convivência entre os participantes fica
comprometida, em decorrência de uma série de mal-entendidos. Por isso, é
necessário que as normas sejam muito bem definidas, pelo coletivo. A
materialização dessas normas será o Regimento Escolar,cujas diretrizes
encontram-se no Projeto Pedagógico.
O cotidiano escolar apresenta, às
vezes, situações conflitantes, que se repetem, e que demandam decisões rápidas.
O Regimento Escolar é o instrumento que permite à equipe gestora tomar essas
decisões, com base nos princípios e normas estabelecidas pelo grupo. Para que o
Regimento favoreça essas ações, é necessário que, na elaboração do PP, os
problemas do cotidiano sejam abordados. Por exemplo, na questão da disciplina,
o Regimento estabelece os direitos e os deveres de todos os segmentos. No
entanto, na maioria das vezes, as penalidades são aplicadas apenas aos alunos.
O aluno que chega atrasado é punido, o que nem sempre acontece com um professor
na mesma situação.
15- Relação do Projeto com a prática
pedagógica
A prática pedagógica remete-nos à
elaboração do currículo, ao conhecimento selecionado e organizado socialmente,
peças fundamentais no processo de aprendizagem. .Por isso, é preciso responder
às seguintes perguntas:
- Para quem são selecionados os
conteúdos ?
- A quem interessam os conteúdos
selecionados?
- Por que alguns conteúdos são
selecionados, e outros, não?
- Quem seleciona esses conteúdos?
16- Concluindo
A construção do Projeto Pedagógico é
um processo que compreende três momentos distintos e interligados:
- Diagnóstico da realidade da escola;
- Identidade da escola, decorrente do
levantamento das concepções do coletivo;
- Programação das ações a serem
desenvolvidas pelo coletivo.
Todos esses momentos passam por um
processo de avaliação, o que permite ao grupo caminhar do real para o ideal,
desenvolvendo as ações possíveis e pertinentes.
Nossa pergunta inicial, "por que
construir coletivamente o Projeto Pedagógico?", sempre terá que ser feita,
para que as ações não se tornem um mero cumprimento de tarefas.
Este trabalho tomou como base o
MODELO III - da coleção Prógestão
de José Vieira de Souza e Juliana
Corrêa Marçal